2006/11/28

Albert Hammond Jr.

O Guitarrista dos Outros

Quando me cruzei, com este nome pela primeira vez, pensei de imediato num disco de Blues, mas enganei-me redondamente é um disco pop-rock pleno de temas convincentes e de grande eficácia.
Sem ser algo de surpreendente, consegue cumprir a rota traçada, para além de repleto de guitarras ingénuas, vive também um teclado omnipresente e uma bateria e baixo quase sem significado, mas necessários. O elemento que une, tudo isto é a voz de Albert Hammond Jr. (guitarrista dos Strokes – sim sim, aquele do cabelo estranho) e dessa união surgem canções perfeitamente formatadas, mas que sabem muito bem.
Seja como for é um disco simples e que soa muito bem neste Outono, cheio de dias de preguiça, moleza chuva e de folhas no ar.

Momento Mágico: Bright Young Thing


Albert Hammond, Jr – “Yours To Keep” (2006) - Rough Trade

2006/11/26

Sparklehorse (Concerto)

STª. MARIA DA FEIRA - GENTE SENTADA - 2006/11/26



Ed Harcourt (Concerto)

STª. MARIA DA FEIRA - GENTE SENTADA - 2006/11/26

2006/11/25

Adam Green (Concerto)

STª. MARIA DA FEIRA - GENTE SENTADA - 2006/11/25





Fotos: Xana

Fink (Concerto)

STª. MARIA DA FEIRA - GENTE SENTADA - 2006/11/25



Foto: Xana

Stuart Robertson (Concerto)

STª. MARIA DA FEIRA - GENTE SENTADA - 2006/11/25



Foto: Xana

2006/11/22

Horse Feathers

Uma Casa na Pradaria

Algures na América rural, alguém roça um violino, uma simples voz de entoação singela em constante duplicação e as cordas metálicas de um banjo constroem uma casa na pradaria, onde alguém repousa de jardineiras arregaçadas, com os pés dentro de um pequeno riacho, palha ao canto da boca, enquanto faz jogos mentais ao tentar descobrir o formato das nuvens.
E como no romance de Laura Ingalls Wilder, onde tudo nos parece familiar, o pequeno projecto de Justin Ringle (a outra metade é Peter Broderick) usa (e abusa) desse apelo aos mais íntimos sentimentos de família. Assim encontramos união e folk, sentimos amor e pop, harmonia e (quase) country.
No universo de Horse Feathers, habitam os Iron & Wine e o multinstrumentista Peter Broderick divide o seu quarto (e a sua habilidade) com David Eugene Edwards (16 Horsepower / Woven Hand).
Um dos grandes discos de estreia de 2006.

Momento Mágico: Finch On Saturday


Horse Feathers – “Words Are Dead” (2006) – Lucky Madison


2006/11/19

Benoit Pioulard

O Rapazito

Há guitarra acústica, há uma imensidão de sons electrónicos, há também a voz de Benoit Pioulard (aka Thomas Meluch, um rapazito de 21 anos) e tudo isto misturado faz surgir ambientes atmosféricos enovoados, povoados aqui e ali de suaves sonhos.
O multi-instrumentista Thomas Meluch vai construindo o seu castelo, de forma moderada e bastante ordenada, tudo tem de ter lógica, tem de haver uma muralha, mas também tem de haver uma porta e é por ela que sai ou melhor é por ela que nós entramos e nos sentamos na sua companhia.
O resultado de todo este esforço, é um soberbo álbum orgânico e cerebral que dá pelo nome “Précis”, onde se mescla o mundo electrónico de Fennesz, com o de José Gonzalez ou mesmo com o estranho planeta habitado por Elliot Smith.
Précis chega de uma forma sossegada a 2006 e é provável que vá passar despercebido, a maioria dos mortais, o que é pena, estamos perante um belíssimo disco.

Momento Mágico: Needle & Thread


Benoít Pioulard – “Précis” (2006) - Kranky


2006/11/16

J. P. Simões

Chico Buarque de Portugal

Vou ser honesto, ao princípio não gostei, aliás cheguei a comentar na brincadeira com um amigo, que devia ser condenado por plágio. Depois, porque sou teimoso e porque cada vez me sabe melhor ouvir os discos imensas vezes, começou a fazer sentido, a ganhar ritmo e a construir um caminho lógico.
Depois dos Belle Chase Hotel e do Quinteto Tati, o ex-Pop Dell’ Arte J.P. Simões, surge com o disco de Bossa Nova perfeitamente sambavel e aquilo que ao princípio poderá parecer estranho, irá tornar-se bastante familiar à posterior. Outra coisa de que estava à espera, era da ironia e do sarcasmo que J.P. Simões me habituou, mais uma vez o engano, o álbum está repleto de belas canções, todas elas sentidas, cheias de amor, paixão, afecto, amizade…
J.P. Simões escreve de uma forma natural e sem ser complexo, o que se irá reflectir na forma rápida e eficaz como os temas entram no nosso íntimo, transmitindo um enorme bem-estar. J.P. Simões é provavelmente (no momento) o melhor escritor de canções que mora por aqui (cá).

Momento Mágico: 1970 (Retrato)


J.P. Simões – “1970” (2006/2007)

2006/11/12

erro! (Concerto)

COIMBRA - FNAC - 2006/11/11 - 22:00



2006/11/11

Badly Drawn Boy

Mal Desenhado

Depois da desilusão que foi “One Plus One Is One” (2004), estava um pouco apreensivo em relação ao novo disco de Badly Drawn Boy (Damon Gough), pensei que tivesse colocado a viola no saco. Mas não, decidiu continuar e volta cheio de força criativa em 2006 com “Born In The U.K.” um album que para alêm de reflectir um pouco de toda a sua carreira (não, não é um Best Of), vem confirmar a sua completa devoção a Bruce Springsteen. A ajuda-lo na produção deste novo trabalho, Damon Gough contou com a ajuda Nick Franglen dos Lemon Jelly, que acrescentou imensa luminosidade a todos os temas.
A clareza da sua voz e a presença firme da sua guitarra, leva-nos ao longo do disco a uma viagem pelo firmamento pop e é durante esse passeio que encontramos personagens comuns a este universo musical (José Gonzales; The Kings Of Convenience).

Momento Mágico: Nothing's Gonna Change Your Mind

Badly Drawn Boy – “Born In The U.K.(2006) - Astralwerks


2006/11/08

Beach House

Á Beira Mar

Se houver uma praia assim, tem de estar vazia, isolada e certamente enovoada. Não faz sentido ser um paraíso, tem de ser uma curta enseada, bonita é certo, mas de difícil acesso e onde gente feia faz nudismo. Bem no meio da praia, uma casa podia ter um nome pomposo, mas não ficou-se pelo obvio Beach House e quem lá habita?
Mora lá uma vozinha apurada, ao principio um pouco estranha, mas depois começa a clarear e ao fim de um bom par de audições já brilha intensamente. A essa voz juntam-se sozinhos electronicos avulso e uma slide-guitar tocada ao estilo do Hawai.
Os Beach House são um duo (Alex Scally e Victoria Legrand) americano de Baltimore, formado em 2005 e em menos de um ano conseguem criar um dos mais belos álbuns de 2006, o que para disco de estreia não é nada mau.
Sonhar é bom, principalmente à beira mar.

Momento Mágico
: Tokyo Witch


Beach House
– “Beach House” (2006) – Carpark

2006/11/01

Uphill Racer

A Chuva e Tal

O Outono e os seus dias de chuva trazem consigo estas coisas, melancolia, arrastamento de gestos, um slow-motion permanente, o delicioso prazer de nada fazer, preguiça no seu estado mais puro.
Ora os Uphill Racer (apesar do nome), chegam até nós de uma forma serena e tranquila, dizem “estamos aqui”, mas quase ninguém os consegue ouvir.
O projecto solitário de Oliver Lichtl, cumpre a tarefa para a qual foi pensado, levar o ouvinte a ambientes electrónico-pops bem construídos, onde voam orquestrações perfeitas, acompanhadas de guitarra e piano e com a sua intensa e quente voz a suportar toda esta estrutura.

Momento Mágico: “Break The Bone Start The Show”


Uphill Racer – “No Need To Laugh” (2006) – Normoto