2011/02/09

Roth, Philip

O Complexo de Portnoy

Uma viagem por diversas camas, divãs e afins, sexo a rodos, paranoias em excesso e complexos em demasia. Roth é um escritor de uma destreza mental (e de escrita) impressionante, descreve cenários de uma forma intensa, cria personagens cheias de defeitos e relata pequenas histórias cheias de humor, enfim um autor perfeitamente mundano.

"Oh, rapariga absolutamente mal proporcionada! Não eras nenhum manequim longilíneo, tu! Pois não tinhas mamas, não senhor, e depois? Esguia como uma borboleta na caixa torácica e no pescoço, mas corpolenta como um urso daí para baixo! Enraizada, quero eu dizer! Com aquelas pernas de avançada-centro bem platandas neste solo americano!" in O Complexo de Portnoy

""Bom dia", diz ele e ocorre-me então que a palavra "dia", no sentido em que ele a emprega, se refere especificamente às horas entre as oito da manhã e o meio-dia. Nunca tinha pensado nisso antes. Ele quer que as horas entre as oito e o meio-dia seja boas, isto é, agradáveis, divertidas, proveitosas! Estamos todos a desejar-nos uns aos outros quatro horas de prazer e trabalho frutuoso. Caramba, é estupendo! Hem, que coisa mais simpática! Bom dia! E o mesmo se aplica a "Boa tarde"! e "Boa noite"! Meu Deus! A língua inglesa é uma forma de comunicação! O acto de conversar não é apenas um fogo cruzado em que se dispara e se é atingido! Em que se tem de baixar a cabeça para sobreviver e atirar a matar! As palavras não são apenas bombas e balas - não, são pequenos presentes, contendo um sentido." in O Complexo de Portnoy


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