2006/12/31

Escolhas 2006 - Edgar J. Domingues

Pop, Rock, Alt, Indie


Mountain Goats, The
– “Get Lonely


Midlake – “The Trials Of Van Occupanther


Band of Horses – “Everything All The Time


Sonic Youth – “Rather Ripped


Peter Von Poehl – “Going To Where The Tea Trees Are


Electrónica, Amb, Dance Music…


Fujiya & Miyagi – “Transparent Things


Junior Boys – “So This Is Goodbye

Bent – “Intercept!

Ellen Allien & Apparat – “Orchestra Of Bubbles

Os melhores pensos de 2006

Pink Mountaintops – “Axis Of Evol


Grizzly Bear – “Yellow House

TV On The Radio – “Return To Cookie Mountain

Band Of Horses –“Everything All The Time

Oneida – “Happy New Year

Psychic Ills – “Dins

Peter Von Poehl – “Going To Where The Tea Trees Are

Midlake – “The Trials Of Van Occupanther

Isobel Campbell & Mark Lanegan - “Ballad Of The Broken Seas

M. Ward – “Post-War

Flaming Lips, The – “At War With The Mystics

Chad VanGaalen – “Skelliconnection

Archie Bronson Outfit – “Derdang Derdang

Asobi Seksu – “Citrus

Early Day Miners – “Offshore

Weatherman, The – “Cruisin’ Alaska

Parts & Labor – “Stay Afraid

Brightblack Morning Light – “Brightblack Morning Light

Man Man –“Six Demon Bag


Swan Lake – “Beast Moans

Sparks – “Hello Young Lovers

Dead Combo – “Quando A Alma Não É Pequena - Vol. II

Ed Harcourt – “The Beautiful Lie

Islands – “Return To The Sea

Ladyhawk – “Ladyhawk

Pajo – “1968

Sunset Rubdown – “Shut Up I Am Dreaming

Junior Boys – “So This Is Goodbye

Destroyer – “Rubies

Gossip, The – “Standing In The Way Of Control

Pink Mountaintops

Disco do Ano

Para ultimo texto do ano, guardei o melhor. Claro que esta coisa, de escolher o melhor de entre várias dezenas de cd’s, tem muito que se lhe diga, mesmo tentando ser o mais objectivo possível, logo se cai no mar da subjectividade, onde tudo é complicado de ordenar e classificar, mas pronto, este é o meu disco do ano.
Existe no timbre de voz de Stephen McBean algo que me deixa num pacífico estado de euforia. Musicalmente “Axis Of Evol” pode soar a uns Spacemen 3 ou mesmo aquela fase “Psycho Candy” de Jesus And Mary Chain (e não sou eu que digo, estou mesmo a plagiar um artigo da net).
Quando Stephen McBean se envolve em qualquer projecto (Jerk With A Bomb, Black Mountain), normalmente resulta em Psychadelic-Rock, no caso especifico (Axis Of Evol) nasce Drug-Rock, que mais não é do que rock arrastado, hipnótico, quase psiquiátrico, em que o combustível principal, é quase sempre uma substancia ilegal (“New Drug Queens”). Stephen McBean vai resistindo a esse lado negro e construindo canções enormes, onde a temática sexo e deus se cruzam com uma frequência impressionante e onde a busca da libertação emocional é imagem de marca.
Se não podem ir à montanha, que venha a montanha a vós e sejam felizes.

E já agora, feliz ano de 2007.

Momento Mágico: Lord, Let Us Shine


Pink Mountaintops – “Axis Of Evol” (2006) – Jagjaguwar

2006/12/28

Archive

Luzes

Lights é a reinvenção, a luz de uma nova aurora. A saída de Craig Walker do colectivo britânico Archive, rompeu com a sonoridade dos álbuns predecessores e dá lugar a um não menos virtuoso Pollard Berrier, que empresta eficazmente a voz à maioria das faixas deste disco.
A energia mutante dos Archive, revela-se num disco hipnótico, meticulosamente lírico, habitando atmosferas melancólicas (“I Will Fade”, “Taste of Blood”), oníricas (“Lights”), e de electro-rock (“Sane”, “System”).
Um registo com menor pendor trip-hop que o debutante “Londinium”, menos sombrio que “Noise”, ressentindo-se, por vezes, da ausência de alguma da magia que predomina no brilhante “You Look All The Same To Me”. Momento épico do disco é seguramente a faixa homónima, “Lights”. 18 minutos, que revisitam “Again”, mas apenas nesse aspecto. Tema complexo, repartido entre o instrumental e o vocal, evocando o rock progressivo Floydiano. Inicia com piano minimalista, e em escalada cronometrada ao pormenor, juntam-se a electrónica, a bateria e as guitarras, notas corais e por fim a voz rasante de Berrier.
É pura emoção, é a grande viagem. Lights requer uma audição cuidada e sem pausas. No final, garanto-vos, do todo resultará uma agradável e inesperada homogeneidade

Momento Mágico: Lights


Archive - "Lights" (2006) - Warner

2006/12/26

Linda Martini

Bando de Guitarras

O EP homónimo tinha sido já, um excelente cartão de apresentação, com a edição de “Olhos de Mongol”, ficam provadas duas coisas:
- a maturidade musical de uma banda de “miúdos”; e
- que alguns sectores do rock português, são altamente recomendáveis.
Por águas já dantes navegadas (God Is An Astronaut, Isis, Pelican, Red Sparowes), os Linda Martini edificam a sua habitação pós-rock. Ao constante corrocel de 3 guitarras em delírio rítmico, muitas vezes quase cósmico, junta-se um baixo bailarino e uma bateria muito competente (atenção a este baterista, prevejo um grande futuro nestas baquetas).
2006 marca sem dúvida, o início da caminhada desta jovem banda, espero que seja longo esse caminho e cheio de distorção, para já conseguiram editar o melhor álbum de rock do ano. Aguardo com grande expectativa concerto ao vivo.

Momento Mágico
: Dá-me A Tua Melhor Faca


Linda Martini
– “Olhos de Mongol” (2006) – Naked

2006/12/23

My Brightest Diamond

Puro Diamante

Dantes para fundar uma banda, mais do que ter instrumentos era preciso ter pessoas para os executarem, mas com a evolução técnica começam (cada vez com mais frequência) a aparecer projectos a solo, muito deles resultantes de vários anos a estudar musica, My Brightest Diamond é um desses casos e Shara Worden a sua alma e o seu único corpo.
Shara Worden não só canta, como escreve e interpreta muito dos temas deste primeiro álbum “Bring Me The Workhorse” e consegue-o fazer de uma forma sublime e com uma sensibilidade de uma verdadeira veterana. Os estudos das ambiências clássicas, são bem visíveis no seu trabalho, ainda assim o resultado final fica bem longe do mundo erudito e entra pelo planeta rock a dentro.
A forma como constrói os temas, partindo de um pequeno esboço, vai desenhando cada vez mais contornos, até ao clímax total “Something Of An End” ou então a depressão e tristeza assumida em “The Good & The Bad Guy”.
Um projecto ou um nome (Shara Worden) para seguir com muita atenção.

Momento Mágico: Dragonfly


My Brightest Diamond – “Bring Me The Workhorse” (2006) - Asthmatic Kitty

2006/12/20

Band Of Horses

Cavalos de Corrida

A guitarra cintilante e a tarola seca, são agregadas pela voz vibrante de Ben Bridwell, criando canções que nos levam a trote e depois o galope, numa viagem por um universo orgânico, dramático e luminoso em simultâneo. Vive de emoções, de sonhos, de ideais, o álbum de estreia deste duo que nos chega de Seattle, onde, afinal, nem só do grunge vive a cena musical.
Em "Everything All The Time" há indie rock, há pop, há uma exuberante melodia que vai evoluindo e que atinge a quase perfeição no tema “Funeral”. É a solidão e uma contida raiva, que Bridwell nos transmite ao cantar “at every occasion, i’ll be ready for the funeral”. Mas a mestria deste duo, revela-se ainda em temas como “Wicked Gil”, ou “Part One (Savannah)”, neste até o country marca a sua presença.
A sonoridade dos Band of Horses, não é algo de original, ou que eventualmente não possamos também escutar em bandas como Mercury Rev ou Sparklehorse, mas a sua música tem um je ne sais quoi que me impele constantemente para repetidas e insaturáveis audições. Constituindo a banda sonora ideal, para um qualquer momento introspectivo, em que desejamos que por um breve instante, tudo á nossa volta pare, escute e medite.
Notoriamente influenciado pela música de Neil Young, Band of Horses é um projecto criado em 2004, por dois ex-membros dos Carissa's Wierd. Auspicioso, a julgar por este primeiro registo, mas, para grande pena minha, dificilmente teremos um segundo disco, uma vez que Matthew Brooke terá, entretanto, abandonado a banda. Esperemos que volte. A não perder o vídeoclip de “Funeral”, totalmente a preto e branco, é a cereja no cimo do bolo.

Momento Mágico - Funeral


Band Of Horses
- "Everything All The Time" (2006) - Sub-Pop


2006/12/17

Isis

Deusa-Mãe

Os Isis são uma banda cerebral, repleta de guitarras, apetece-me chamar-lhe rock-ecológico, mas isto só porque faço constantemente uma imensidão de jogos mentais, onde vejo paisagens sem fim, grandes desertos, enormes pradarias, grandiosas tundras. A banda fundada em 97, é natural de Boston e tem por base estética o Metal, de qualquer forma eu nem de longe a catalogo nesse estilo, na melhor das hipóteses será Pós-Rock-Metalico, onde navegam bandas como Mogwai ou até os enormes Explosions In The Sky.
A densidade criada por eles é quase sempre sombria, escura e cheia de nevoeiro. Névoa essa que com o decorrer do álbum, se vai por vezes adensando e por outras vezes abrindo clareiras, por onde entram intensos raios de sol. Nessas alturas o som debitado pela da banda é perfeitamente épico e cheio de hinos. A maioria dos seus temas, são instrumentais, se bem que aqui ali poderá ouvir-se uma voz cavernosa, bem típica das bandas metaleiras.
Música pesada para gente que gosta de musica calma. Não acreditam? Então experimentem.
Aproveito este texto, para recomendar um excelente split deste ano, Isis & Aerogramme – “In The Fishtank 14”.

Momento Mágico: Holy Tears


Isis – “In The Absence Of Truth” (2006) - Ipecac


2006/12/16

Bunnyranch (Concerto)

COIMBRA - AR DE RATO - 2006/12/14



Born A Lion (Concerto)

COIMBRA - AR DE RATO - 2006/12/14



2006/12/12

Swan Lake

O Lago

Junta-se à complexa voz de Daniel (Destroyer) Bejar, a voz Spencer (Wolf Parade) Krug e ainda a de Carey (Frog Eyes) Mercer, o ficamos com um projecto de cantautores. É constante a presença de vocalizações endiabradas, aliás o disco está possuído de vozes (negras, agrestes, paranóicas) e Bejar é o principal responsável por todo o histerismo presente nos Swan Lake. "Beast Moan” não é um álbum fácil e apesar da construção musical, muitas vezes parecer aleatória, devido a um (quase) concreto distanciamento da parte instrumental, ouvindo tudo o que está nas entrelinhas com a máxima atenção, rapidamente se nota momentos de autentica perfeição sonora.
Resultado quando se juntam grandes criadores, podemos afirmar com toda a certeza, “que a soma é maior (e melhor), que as partes”.

Momento Mágico: Are You Swimming In Her Pools?


Swan Lake – “Beast Moan” (2006) – Jagjaguwar