2008/07/11

Sigur Rós

Vikings

A destreza nórdica, que sempre distinguiu os Sigur Rós de todos os projectos feito de gelo, é a sua eficácia polifónica. Sentimentos frios e claustrofóbicos, gritos de desespero, melancolia soturna, hinos a preto e branco. Os Sigur Rós souberam sempre pintar paisagens apinhadas de emoções, todo o cosmos por eles inventado é uma imensa maré de esperança.
Os Sigur Rós usam o islandês em todos os seus temas, isso dá-me uma liberdade mental sem igual, posso abrir completamente o meu espírito e criar letras imaginárias, ir colorindo as imagens que se vão soltando a cada nota, a cada coro.
A abertura do 6º álbum de originais desta banda de Reykjavik, faz-se nas ondas de Animal Collective “Gobbledigook” é um tema alegre e fortemente festivo, o que poderia antever uma viragem de 180º na carreira até aqui desenhada pelos Sigur Rós, mas não com “Inní Mér Syngur Vitleysingur” começa lentamente a projectar-se as ambiências que tão bem os caracterizam. A partir daí é toda a escuridão regressa, voltam os sons lunares, as vozes sombrias “Góðan Daginn”, o pequenos ajustes musicais, as pequenas deduções de harmonia.
Með Suð í Eyrum Við Spilum Endalaust
(tradução para inglês: With A Buzz In Our Ears We Play Endlessly) é um disco dentro da linha mais clássica a que os Sigur Rós nos habituaram, pode aqui e ali sair um pouco da linha, mas examinando todos os seus contornos, rapidamente se pode concluir de que estão em excelente forma.

Momento Mágico
: Ára Bátur


Sigur Rós
- Með Suð í Eyrum Við Spilum Endalaust (2008) – XL Recordings

2 comentários:

Unknown disse...

Há tempos conversava com um amigo que adora os SR, ele queixava-se que este álbum não lhe falava ao espírito, que não o tocava como os outros. E eu dei-lhe razão, porque sentia exactamente o mesmo. Mas num belo dia, voltava eu para casa e decidi ouvi-lo ao fim da tarde plena de cansaço pela inutilidade da rotina. E fez-se luz (sim, mesmo nessas ambiências sonoras mais sombrias...). Está muito completo, tem folia e angústia sem deixar de primar pela beleza habitual. Estão em grande forma, não há sombras de dúvida!

Anónimo disse...

continuam mágicos, mágicos!
e isso ninguém me tira!