2008/08/01

Beck

No Caminho Perfeito

O rapaz prodígio está de volta. A idade já lhe atribui as características de um homem adulto, mas olhando com algum pormenor ainda vemos as feições de um jovem. A principal imagem de marca de Beck (a sua voz) está mais activa que nunca, continua rouca e penosa, mas ganhou contornos mais escuros, tornou-se misteriosa. Com Modern Guilt, Beck atinge definitivamente a maioridade, marca o caminho que quer percorrer, já não tem desvios gratuitos nem aventuras desnecessárias, tudo é pensado e trabalhado de forma a que tudo seja o mais perfeito possível. Modern Guilt foi produzido por Danger Mouse (metade dos Gnarls Barkley) e esse jogo de equipa resultou em perfeita mestria, todo o disco está repleto de pequenos toques e retoques, abundam os pormenores e os efeitos de produção.
Modern Guilt abre com “Orphans” é a perfeita pop-song. “Gamma Ray“ inunda tudo à sua volta, é super rápida, tem uma impressionante velocidade, tudo é feito e cantado em velocidade cruzeiro, em cadência cuidada. “Chemtrails” é puro shoegaze, voz em falsete que vai suportando toda a estrutura, até se dar a explosão rock, fortemente apoiada em todo o sector rítmico. “Modern Guilt” tem uma passada perturbante, que se desenvolve com uma cadência perfeita, terminando com um curto coro a uma só voz… perfeito.
Beck regressa em 2008 com um disco sem qualquer mácula, a única coisa apontar a Modern Guilt é a sua curta duração, tudo passa demasiadamente depressa, tudo se esvai rapidamente, tudo é efémero.

Momento Mágico: Modern Guilt


BeckModern Guilt (2008) - Interscope Records

3 comentários:

Poppe1 disse...

Beck já fez muito melhor.
Na minha opinião, no final da audição não há um tema que fique na memória.
No final, não sinto que tudo seja efémero como escreve, mas sim vazio.
É uma opinião, diferente da sua mas não quis deixar de a manifestar.
um abraço

Poppe1 disse...

P.S. gostei imenso do blog.
muita e boa informação.
ganharam um visitante.
um abraço

Anónimo disse...

Acho o álbum fantástico e prova da incrível capacidade que Beck tem de se reinventar a si mesmo sem no entanto apagar os vincos característicos de qualidade a que nos habituou e que, lá está, o tornam num menino prodígio.
Não tenho qualquer dúvida que é um dos álbuns do ano.
Congratulo os autores pelo fantástico blogue.
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