2007/05/15

Electrelane

Srªs. Donas Gajas

A clareza de ideias, é um dos mandamentos destas meninas, outro poderia ser a simplicidade e outro ainda a eficácia. Há algo de primário na forma como se constrói/destrói os temas, como se fabrica uma música, tome-se como referencia Emma Gaze (bateria) ou as repetitivas e constantes marteladas nas teclas provocadas por Verity Susman (teclas/guitarra), fica no ar a duvida se tudo isto acontece naturalmente ou se é propositado.
Com No Shouts, No Calls as Electrelane atingem o 4º capítulo da sua (ainda curta) vida artística e surge após o álbum Axes (aquele que eu considero, um dos melhores álbuns dos últimos 37 anos). Se Axes tem a enorme particularidade de ter sido gravado numa única take e com isso ter conferido uma marca indiscutível no universo musical, No Shouts, No Calls é um “álbum de canções” (o que não deixa de ser caricato). O formato canção não existe, no universo Electrelaniano, o que existe isso sim são composições electro-rock, onde as regras não são regras, onde o sinal vermelho significa acelerar e ninguém pára no STOP.
E é assim desta forma subtil e pseudo-calma, que constrói um perfeito álbum rock, “To The East” (o single) descobre uma vocalista em desassossego, como se lhe estive a faltar o ar e a pedir socorro permanentemente. “Tram 21” é krautrock made in 00’s, a composição louca e falta de normalidade é o principal sintoma de demência. O carrossel mágico de “At Sea” é uma tempestade de teclas, são coros de vozes em disfunção…
Um banda perfeita, com temas perfeitos, dentro de um álbum perfeito… se existir alguma imperfeição a culpa é nossa.

Momento Mágico: At Sea


Electrelane
No Shouts, No Calls (2007) - Too Pure / Beggars

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