2007/12/02

Benjamin Biolay

Le Garçon

A influência da Chainson Francaise continua a manifestar-se, já vão longe os anos de Gainsbourg, de Brell ou de Aznavour, mas ainda assim continua haver apóstolos que seguem o seus passos, usando os seus tiques e trejeitos. Benjamin Biolay cabe neste esquema na perfeição, já anda nisto há algum tempo (este é o seu 6º álbum de originais), é dotado de uma voz carregada e fumarenta, desenha todo o esboço da canção obedecendo às regras pop já previamente instituídas.
Trash Yeye cresce assim com alicerces bem estruturados e todo o resto da construção é altamente cuidado e rico de ornamentos, estando o espírito de Gainsbourg presente a cada esquina. Trash Yeye é um disco monótono, mortiço, que esvazia o espírito, mas não quero com isto carregá-lo de negativismo, o que pretendo afirmar é que existe uma extraordinária capacidade de nos transmitir a imagem de um lago de águas calmas, onde nem a mais leve brisa sopra.
Biolay compõe, organiza e domina a técnica pop como muito poucos. A concepção dos 12 temas obedecem ao mais simples ritual musical, não tem carga pretensiosa nem possuem qualquer ideia de fundo, apenas simples canções, sobre os mais simples problemas da vida.
Regarder La Lumiere, Qu'Est-Ce Que Peut Faire e o magnifico single Laisse Aboyer Les Chiens, são apenas 3 exemplos, de que não só estamos na presença de um dos principais nomes da pop francesa, como se prova também que o nome de Biolay poderá constar ao lado de muitos nomes anglo-saxónicos.

Momento Mágico: Laisse Aboyer Les Chiens


Benjamin Biolay
Trash Yeye (2007) – Virgin France

Sem comentários: