António Antunes
01 Electrelane – No Shouts No Calls
Quando ser simples é sinónimo de eficácia. Fabuloso disco, maravilhoso concerto.
Tram 21
02 LCD Soundsystem – Sound Of Silver
North American Scum
03 Jens Lekman – Night Falls Over Kortedala
O Sr. Crooner…
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Bruno Coelho
01 Caribou – Andorra
Snaith + Pop + Psicadelic + Noise = Fórmula Perfeita.
Um turbilhão que faz a união perfeita entre a pop e o psicadelismo, com melodias que tomam conta do nosso estado de espírito.
Nunca fui a Andorra, não sabia que era tão bela.
After Hours
02 Radiohead - In Rainbows
Ouve-se em loop infinito sem nunca cansar.
Jigsaw Falling Into Place
03 Beirut - The Flying Club Cup
Doce.
Nantes
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Carlos S. Silva
01 Radiohead – In Rainbows
Uma vez mais a banda excede as expectativas, um disco grande em todos os sentidos. Verdadeiros camaleões do rock conseguem em In Rainbows um dos alinhamentos mais fortes da sua carreira. Como será pertencer a uma banda que faz de cada edição discográfica um marco histórico?
House Of Cards
02 LCD Soundsystem – Sound of Silver
Poderoso
Get Innocuous!
03 The Shins – Wincing The Night Away
Perfeito
Phantom Limb
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Edgar Domingues
01 Electrelane – No Shouts No Calls
In Berlin
A Sunday Smile
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2007/12/30
2007 em Discos
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Bruno Coelho
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2007/12/23
Feu Thérèse
“Nos Amours” é uma clone perfeito de Arcade Fire. Em “Visage Sous Nylon” e “Enfant” a guitarra de Parant produz brutais remessas de sons atmosféricos, um post-rock ambiental de grande elegância. “Bruit du Pollen La Nuit” surge como um cometa dos confins do universo e fica em rotação à volta do nosso cérebro, num constante vai e vem. “Va Cogner” visita uns Kraftwerk de uma forma indelével, entrando no seu jogo musical com direito a coro infantil e tudo. “Nuit Est Une Femme” é uma triste ode cantada a dois, transborda a amor não correspondido.
O pop escuro que nasce nos rituais de Ca Va Cogner sabe a anos 80, a dualidade francês/inglês dá necessária curvatura ao projecto, para se poder assumir como algo que fica no limbo, ali a meio caminho entre o céu e o inferno.
Feu Thérèse – Ca Va Cogner (2007) Constellation

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Antonio Antunes
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2007/12/19
Liars
Best of só com originais
Cada álbum de Liars é uma completa surpresa, uma peça única. Este não trouxe um novo som, mas um apanhado dos últimos três. Isto explica um bocado o título homónimo, ou seja, ao quarto registo fizeram um ponto de situação, um best of só com originais. Cada música deste álbum podia pertencer aos anteriores ou podiam ter ficado na gaveta para uma edição de b-sides, mas não, foram músicas feitas agora a piscar o olho ao passado.
Isto é Liars.
Momento mágico: Plaster Casts of Everything
Liars - Liars (2007) - Mute
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Bruno Coelho
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2007/12/16
LCD Soundsystem
Este segundo trabalho era altamente previsível, tinham ficado imensas coisas por encerrar, tinha sido aberta a Caixa de Pandora e contrário do que reza a história, lá de dentro saíram temas fortemente dançáveis, algo que os New Order alguns anos nos tinham ensinado. “Sound Of Silver” é música que se dança, sem ser dance-music, é o regresso ao melhor que os 80’s e 90’s, é a grande prova que o rock ainda se dança, é electro-punk-rock puro e duro.
A constante mutação vocal de Murphy, que umas vezes se aproxima de Bowie e outras de Byrne, ao ser cruzada com toda a sua experiencia musical, vai fazer nascer Get Innocuos! uma pura repetição doentia de sons perdidos, Time To Get Away é alegria no seu estado mais genuíno, uma canção sem defeitos, North American Scum é mordaz. Com All My Friends há romantismo, há amor para todos. Mas é com Sound Of Silver que se resume todo este trabalho, há uma perfeita redundância, melhor que escrever é transcrever: “sound of silver talk to me, makes you want to feel like a teenager, until you remember the feelings of a real live emotional teenager, then you think again”… façamos o mesmo.
“Sound Of Silver” é James Murphy no seu melhor, é espontâneo e imediato, não sofre pressão editorial, (aliás o próprio Murphy é o dono da DFA), é um disco livre e de liberdades.
LCD Soundsystem – Sound Of Silver (2007) - DFA

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Antonio Antunes
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2007/12/12
Beirut
Passeio Europeu
Zach Condon, actualmente com apenas 21 anos, estreou-se nas lides musicais em 2006 com um disco irrepreensível. Lembrar-se-ão do furor que “Gulag Orkestar” provocou nas hostes da crítica mundial. Se uma certa aura de genialidade lhe seja já tão precocemente reconhecida, a verdade é que poucos acreditaram que neste ano tal façanha fosse repetida.
No entanto assim sucedeu e vai daí em 9 de Outubro passado foi lançado “The Flying Club Cup”. Neste registo, a viagem deste americano por terras europeias continua. Se no álbum antecessor toda a construção havia sido inspirada por paisagens Balcãs, neste o nosso rapaz navega abaixo e acima por um Sena em princípios do século passado, ainda que buscando grande parte da sua inspiração na obra de Jacques Brel.
Tem muito de “Gulag Orkestar” e não deixa de ser Pop/Folk. Pop de popular e Folk de Folclore, alternativo mas tão alternativo, que outra não nos resta senão ouvi-lo. Nesses instantes uma estranheza arrebata-nos, somos empurrados num balancé de sentimentos agri-doces, onde tudo parece perfeito mas algo não está bem. “The Flying Club Cup” soa a uma carta de amor lida pela primeira vez na boda de casamento, faz sentido e não faz.
É uma festa de lágrimas e de sorrisos, são os metais, as cordas, os sopros, e o órgão. Afinal, agora sim é uma orquestra. Perfeito.
Momento Mágico: A Sunday Smile
Beirut - The Flying Club Cup (2007) - 4AD
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Edgar J. Domingues
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2007/12/09
Burial
Porque não sou eu uma pessoa, com gostos musicais limitados?
É que acreditem, era tudo muito mais fácil, ficava para ali no cantinho agarrado aos sons distorcidos de guitarras, ligava-me definitivamente ao rock e desligava de tudo o resto.
Mas não, tenho uma necessidade de complicar tudo.
Raios!!!
Burial já me tinha perturbado com o álbum homónimo de 2006, tendo passado imenso tempo a ouvir todos os contornos sonoros do chamado dub step e a tentar esmiuçar todos os seus sons e ruídos. Havia e há uma melancolia sonora que me lembra os anos 80 e toda a sua zona sombria inerente. Há negritude e queixume, uma permanente falta de luz.
Com Untrue tudo ganha um novo dinamismo, permanece o conceito, mas alguém acendeu a luz. Há um passo em frente, tudo fica mais orgânico, a introdução das vozes soul acrescenta-lhe muito mais que alma, surgindo corpo. A musica de Burial deixou de ficar prisioneira do etéreo e enterrou os pés na terra. Até onde agora havia um voo controlado, um planar sobre os verdes campos, passou haver um caminhar na praia, passou haver liberdade e romantismo.
Raios!!! Burial não é rock, é electrónica no seu estado puro e gosto muito.
Burial – Untrue (2007) – Hyperdub

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Antonio Antunes
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2007/12/05
Animal Collective
Com a chegada do 6º disco, já conquistaram o seu espaço e já deixaram uma marca irrefutável no panorama da musica independente, aconteça o que acontecer daqui para a frente, os Animal Collective estão para os 00’s como os Radiohead estiveram para os 90’s, se bem que os primeiros não tiveram um “Creep”, para os tornar mundialmente conhecidos.
A voz de Avey Tare está solta e transpira alegria, a percussão de Panda Bear é suave e simples, toda a restante componente electrónica é única, transpondo para toda a estrutura o corpo e o aroma tão essenciais a este som contemporâneo.
Inovação, clareza de ideias, liberdade de criação, espírito de aventura, risco (provavelmente a sua melhor qualidade), são sintomas deste quarteto fantástico, as suas obras não tem margens definidas, não há barreiras nem barrancos, tudo é pensado, tudo é natural. Apesar de Strawberry Jam ser um estranho doce, consegue após uma apurada degustação tornar-se infinitamente agradável, uma paleta de diversos sabores.
Animal Collective – Strawberry Jam (2007) - Domino

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Antonio Antunes
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2007/12/02
Benjamin Biolay
Trash Yeye cresce assim com alicerces bem estruturados e todo o resto da construção é altamente cuidado e rico de ornamentos, estando o espírito de Gainsbourg presente a cada esquina. Trash Yeye é um disco monótono, mortiço, que esvazia o espírito, mas não quero com isto carregá-lo de negativismo, o que pretendo afirmar é que existe uma extraordinária capacidade de nos transmitir a imagem de um lago de águas calmas, onde nem a mais leve brisa sopra.
Biolay compõe, organiza e domina a técnica pop como muito poucos. A concepção dos 12 temas obedecem ao mais simples ritual musical, não tem carga pretensiosa nem possuem qualquer ideia de fundo, apenas simples canções, sobre os mais simples problemas da vida.
Regarder La Lumiere, Qu'Est-Ce Que Peut Faire e o magnifico single Laisse Aboyer Les Chiens, são apenas 3 exemplos, de que não só estamos na presença de um dos principais nomes da pop francesa, como se prova também que o nome de Biolay poderá constar ao lado de muitos nomes anglo-saxónicos.
Benjamin Biolay – Trash Yeye (2007) – Virgin France

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Antonio Antunes
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