2007/04/10

Azevedo Silva

Homem Simples

Muitos irão pensar: “Olha, um amigo dele gravou uma cena e ele está a fazer-lhe publicidade!”, só que é puro engano, não conheço o Azevedo Silva de lado nenhum, se por algum acaso me cruzar com ele amanhã, não o conseguirei reconhecer.
O que me leva a escrever este pequeno texto, é um impulso interior um pouco difícil de definir, e isto deve-se ao facto de Tartaruga, ser um disco que se entranha de uma forma lenta e estranha, como se dentro da carapaça existisse alguém à espera de libertação e ao mesmo tempo não desejasse essa mesma liberdade, é um hotel-prisão onde o bem-estar é imagem de marca (Frio e Fome), é um voo condicionado e controlado (Abutres), é simplesmente simples (Palavras de Ninguém).
Depois de uma excelente apresentação com Clarabóia, Azevedo Silva surge com a sua primeira longa-metragem e imagem após imagem, constrói-se um universo cheio de amargura e tristeza, mas onde o epílogo é um dia de claridade e jovialidade, poderia ser um clássico do film-noir, tal é o equilíbrio existente entre o preto e o branco.
Tartaruga chega na Primavera, depois de ter hibernado e chega de tal forma rápida, que tal e qual como na fábula, existe uma enorme possibilidade de ganhar a corrida, para mim neste momento lidera destacado o pelotão da frente da música portuguesa em 2007, veremos como irá terminar esta corrida.

Momento Mágico
: Abutres

Azevedo SilvaTartaruga (2007) – Lástima http://www.virb.com/azevedosilva

1 comentário:

Anónimo disse...

Bom, realmente não te conheço e tenho de agradecer por isto. Obrigado por teres ouvido e por teres tido tempo para te expressar assim sobre o meu trabalho. Espero encontrar-te pelo concerto de Coimbra. Só um reparo: isto é uma edição da Lástima (uma ideia recente com mais 2 amigos). Abraço.